quarta-feira, 18 de abril de 2012

GIDEÃO



Gideão foi um importante juiz ou libertador de Israel. Foi filho de Joás, do clã de Abiezer e da tribo de Manassés. Dos doze juízes de Israel, Gideão é o que mais informações possui na Bíblia. A narrativa na qual ele é o personagem principal ocorre no séc XII AC.
Estando sete anos sob cruel opressão dos midianitas, Israel clamou ao Senhor por alívio (Juízes 6:6). Um profeta desconhecido informa aos israelitas que as condições miseráveis em que estão vivendo se devem ao fato de terem esquecido de se dedicar exclusivamente ao único Deus verdadeiro. Deus envia Seu anjo a Gideão. A saudação do anjo contém um toque de humor. Um "homem valente" (6:12) está malhando trigo secretamente com medo dos midianitas. Contudo Deus ordena a Gideão que execute o que o Seu poder era capaz de realizar através dele (6:14-16,34). Gideão estava consciente de sua própria fraqueza e da difícil tarefa diante de si. É um exemplo ideal de como Deus opera os livramentos (I Coríntios 1:27; II Coríntios 12:10).
A primeira tarefa de Gideão era destruir o altar que seu pai fizera para Baal e o poste-ídolo que ficava ao lado (Isaías 42:8). Sabendo que o povo resistiria a isso, Gideão e seus servos destruíram essas imagens à noite. No dia seguinte os homens de Ofra confrontaram Gideão e o perseguiram revoltados pelo que havia feito. Joás aderiu à missão de seu filho, convidando Baal a contender por si mesmo, se fosse deus de verdade. Como consequência dessa confrontação o nome de Gideão foi mudado para Jerubaal ("Baal contenda contra ele") (Juízes 6:32).
No entanto, Gideão tinha uma fé inconsistente. Seu desejo por segurança posterior não foi contestado. Em vez disso, Deus graciosamente honrou seus pedidos referentes ao orvalho e à lã de carneiro (6:36-40). Mais tarde, Gideão foi informado de que a vitória não estava assegurada com um contingente grande. Não devia existir dúvida sobre o verdadeiro autor da libertação de Israel (7:2). De 32.000 homens, as tropas de Gideão ficaram reduzidas a 300 homens por um método incomum de seleção (7:3-7). Uma missão secreta aos limtes dos campos do inimigo fortaleceu Gideão. Ele e seu servo Pura ouviram um soldado midianita revelar seu sonho, que indicava a aproximação da vitória de Israel (7:13-14). Em resposta, encorajado pelo que ouviu, adorou o Senhor (7:15; 6:24).
Divididos em três companhias, o exército de Gideão se colocou de prontidão à noite fora do arraial dos midianitas. A um sinal de Gideão cada homem tocou uma trombeta (feita de chifre de animal) e quebrou um jarro vazio contendo uma tocha, gritando "Uma espada pelo Senhor e por Gideão!" (Juízes 7:20). O efeito do barulho foi esmagador. Pensando que os inimigos estavam em maior número, os confusos e atordoados midianitas fugiram para o leste cruzando o Jordão. Na perseguição acalorada, aos homens de Gideão se juntaram isrealitas de Naftali, Aser e Manassés. Os homens de Efraim, cuja ajuda foi solicitada pela primeira vez, capturaram e mataram dois dos líderes midianitas. Ficaram zangados com Gideão por não ter solicitado sua ajuda antes. Mas se satisfizeram com as respostas que Gideão deu às suas indagações. (8:1-3)
O altruísmo de Gideão se sobressaiu quando declinou do desejo do povo de fazê-lo rei (Juízes 8:22-23). No entanto, recebeu uma enorme fortuna pessoal dos despojos da guerra (8:24-26). O infeliz desfecho da estória de Gideão conta que ele fez uma estola sacerdotal com o ouro ganho depois da batalha. Talvez essa estola tenha sido uma réplica da usada pelo sumo-sacerdote. Talvez fosse um modelo diferente. Em qualquer dos casos, o objeto tornou-se uma armadilha para o povo que o adorou em Ofra (8:27). Em II Samuel 11:21 o nome alternativo de Gideão, Jerubaal, foi mudado para Jerubesete. "Baal" se refere à palavra hebraica para "vergonha".
Gideão foi exaltado no livro de Hebreus como um herói da fé cuja confiança em Deus trouxe glória ao Senhor (Hebreus 11:32). Desde o tempo de Isaías, "o dia de Midiã" tem significado livramento concedido pela mão de Deus independente da força humana (Isaías 9:4).

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