quarta-feira, 18 de abril de 2012

BATISTAS



É atualmente uma das maiores denominações protestantes no mundo, mas começou como um ramo de religiosos dissidentes. Através dos quatro últimos séculos, a paixão dos Batistas pela fé bíblica, seu espírito missionário e seu senso de separação entre Igreja e Estado têm sido traços marcantes do testemunho cristão no mundo.

ORIGENS
Considerado o primeiro batista, John Smyth se batizou na Holanda em 1608. Era um ministro independente da Inglaterra que sofreu perseguição e se ligou a alguns menonitas holandeses, que seguiam grande parte da tradição dos Anabatistas do século anterior. Smyth desejava se desarraigar da tradição da igreja e ansiava pela simplicidade da igreja do Novo Testamento. Importante entre suas interpretações bíblicas era a necessidade do "batismo do crente", em contra-posição ao batismo infantil das igrejas inglesas. Depois de reunir um pequeno grupo de pessoas que tinham o mesmo pensamento, Smyth morreu, deixando seu companheiro Thomas Helwys retornar à Inglaterra com esse novo "rebanho" de batistas, onde outras pessoas já estavam adotando as mesmas idéias teológicas. As reformas de Oliver Cromwell criaram uma atmosfera de liberdade e influência para Congregacionalistas e Independentes, incluindo os Batistas. Por volta de 1660, havia 300 igrejas batistas no país.

Enquanto isso, na América, Roger Williams meteu-se em dificuldades com os Puritanos: liberdade de consciência era seu tema principal e os líderes das colônias o consideravam um perigoso cismático. Banido de Massachussetts em 1635, Williams foi para o sul, fixando-se num povoado ao qual chamou Providência e estabelecendo a colônia de Rhode Island. Lá fundou uma igreja Batista em 1638, considerada a primeira da América.

CARACTERíSTICAS
Desde o início, independência tem sido a marca da fé Batista. Como resultado, a história organizacional do movimento é um tanto confusa, com várias congregações se autodenominando Batistas sem qualquer conexão oficial. Igrejas locais tinham autonomia, o que significa que nenhum papa ou bispo exercia poder sobre elas. Embora não houvesse um único credo Batista, as igrejas rapidamente começaram a fazer associações entre si, adotando confissões de fé que lhes eram comuns, tal como a Confissão de Londres de 1644.
Com é de se esperar, o batismo se destacou como a principal característica dos Batistas. Como os Anabatistas, que lhe antecederam, os Batistas viam esse rito como uma declaração consciente de fé em Cristo. Não era um banho para tirar o pecado, nem um selo da aliança, mas uma representação simbólica da unidade do crente com Cristo na morte e na ressurreição. Acreditavam que crianças não podiam fazer essa decisão, somente aqueles que tinham maturidade para saber em que criam.

Enquanto a maioria dos batistas hoje pratica o batismo por imersão, devido grandemente a sua força simbólica, os primeiros Batistas costumavam aspergir ou derramar água ocasionalmente.

Da mesma forma que rejeitam os rituais na igreja, eles preservam uma segunda observância junto com o batismo: a Ceia do Senhor. (Muitos Batistas são cuidadosos em chamá-las de duas "ordenanças" da igreja em vez de "sacramentos". Isto é, não têm nenhum valor de salvação em si próprias, mas foram ordenadas no Novo Testamento.) A visão Batista da Ceia do Senhor se assemelha à do batismo - é simbólica. Os Batistas geralmente enfatizam que o poder da Comunhão vem da "lembrança", e não em transubstanciação ou mesmo consubstanciação. Os fiéis relembram o sacrifício de Cristo quando celebram a refeição sagrada.

Ainda mais, a América deve aos Batistas o foco na nova noção de liberdade religiosa.

Eles se comprometeram com uma Igreja independente do controle do Estado.

O CRESCIMENTO DA DENOMINAÇÃO
Depois de um período de estagnação, os Batistas foram despertados pelo movimento das missões. Em 1792, um sapateiro pobre se tornou pastor na Inglaterra e publicou um artigo conclamando para a evangelização das pessoas de outras terras. William Carey pediu a seu rebanho que o mandasse para a índia, onde serviu por quatro décadas. Ele é chamado o "Pai das Missões Modernas", já que seus esforços corajosos provocaram um novo espírito missionário. Os Batistas da América mais tarde enviaram Adoniram e Ann Judson para Burma como missionários pioneiros. Naturalmente a própria América era um crescente campo missionário. A simplicidade da fé Batista, bem como seu espírito independente, se ajustaram perfeitamente com a mentalidade pioneira. A igreja também encontrou guarida no Sul, onde se tornou ponto de apoio da comunidade livre afro-americana depois da Guerra Civil.

Brilhantes pregadores, como Charles Haddon Spurgeon e Billy Graham que se baseavam simplesmente nas verdades bíblicas, compõem a galeria de pregadores batistas que encantava as multidões. Martin Luther King Jr., também pregador batista, tornou-se conhecido por lutar em favor da igualdade racial.

A independência dos Batistas possibilitou a formação de pequenos grupos que ministram a seus semelhantes conforme a etnia, nacionalidade ou grupo cultural, o que gerou uma diversidade na interpretação de alguns aspectos teológicos e sociais.

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